sábado, 21 de fevereiro de 2009

Conheça-te a ti mesmo

Não deixe falarem-te do que o mundo é, pois as coisas sozinhas, por si só, não são. Elas necessitam de um mentor para tomar forma, tornar-se conteúdo, conceito, desejo... Necessitam, ainda de um interlocutor para continuar sua vida: serem entendidas, interpretadas, modificadas.
Ouça, porém, atentamente a tudo o que pode ser. Quando mais pode-ser souber, melhor pode confrontar as verdades e os conceitos, possibilitando, assim, um conhecer mais dinâmico e menos ingênuo.
"O ser nada mais é que o vir a ser", "O homem é a medida de todas as coisas". Unindo essas duas concepções da filosofia grega, de Heráclito e Protágoras respectivamente, podemos ter a idéia de como o conhecimento é subjetivo e metamórfico.
 O que é o conhecimento, afinal? Um conjunto de palavras? Conceitos, raciocínios, deduções, induções, descrições, reduções? Ele é uma idéia abstrata complexa. O conhecimento não é algo palpável atingível ou edificável, ele é apenas "buscável". O importante, na verdade, não é o conhecimento em si, mas o conhecer. Este que é um ato sisífico de construir e destruir conceitos e que só é possível pela análise da informação, "o vir-a-ser".
Fica claro, assim, como as verdades são incompatíveis com o conhecer.  A partir do momento em que elas são estabelecidas perde-se a mutabilidade do conhecer, perde-se, com isso, a liberdade e a criatividade. De criadores passamos a ser meros reprodutores.
Assim como a perfeição, o conhecimento verdadeiro e genuíno é inexistente, portanto, inatingível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário