quinta-feira, 31 de março de 2011

A questão da energia após os problemas com Fukushima

   Depois dos problemas vividos na usina termo-nuclear de Fukushima devido ao Tsunami, a utilização dessa energia voltará na pauta de discussão. Abordarei alguns aspectos e consideração em relação a esse tipo de energia.

-É seguro utilizar energia nuclear?
   Obviamente, esse tipo de energia não é isento de riscos, assim como nenhuma outra. Cada forma de energia tem o seus riscos e impactos. A questão é se os riscos são minimizáveis e qual é o custo disso.
O risco de se usar a energia é analogamente igual a andar de avião: é muito improvável que o avião caia, porém, se ele cair, também é muito improvável que você sobreviva.

-É possível substituir a energia nuclear?
    Em um futuro próximo acredito que não. Para desmantelar todo o parque termonuclear seria inevitável suprir o deficit de energia com petróleo e carvão. A produção desses commodities em uma escala muito maior que atual seria economicamente inviável, sem contar os efeitos climáticos da exploração dos mesmos.
   É provável que com o desastre nuclear no Japão, os investimentos e fiscalização da energia nuclear sejam aumentados consideravelmente para melhorar a segurança da produção de energia nas usinas já em operação. Essa melhoria tecnológica poderia até significar nova expansão dessa indústria no futuro.
   Por outro lado o vazamento nuclear pode impulsionar o investimento em outros tipos de produção energia. Mesmo assim, apenas a longo prazo a produção termonuclear poderá ser substituida por uma alternativa.

-Qual o impacto econômico terá se o Japão depender em maior quantidade do petróleo para sustentar suas necessidades energéticas?
   Inevitavelmente, um maior consumo de petróleo por parte do Japão implicaria no encarecimento do preço do petróleo. Isso elevaria a inflação global, deixando mais pessoas abaixo do nível da pobreza, já que a inflação no preço dos alimentos fez muitas vítimas do fim do anos passado para o começo deste.
   Para o Brasil o aumento no preço do petróleo pode ter um impacto grande na inflação, principalmente por dependermos excessivamente do transporte de carga rodoviário. Por outro lado, o preço alto  viabiliza a produção no nosso pré-sal.
   Apesar do Brasil se declarar auto-suficiente em petróleo, ainda somos dependente do preço internacional da matéria prima. Isso é devido à capacidade de refino instalada no país não ser suficiente para produzir todo os derivados que consumimos, o que obriga importar derivados para suprir a demanda interna. A previsão da Petrobras na auto-suficiência em refino é para 2014[1]. Apesar disso, a petrolífera é fundamental para evitar a flutuação dos preços dos derivados em função das flutuações internacionais.
    A questão do papel da Petrobras no panorama econômico é muito interessante e merece um artigo à parte.

-O que já está sendo feito no âmbito da produção de energia nuclear?
    A Europa já se mobilizou para reinspecionar todos o reatores operando em seus territórios. É possível que reatores mais antigos seja descomissionados.
   Os E.U.A., maiores produtores de energia por termonuclear, estavam estagnados na construção dessas usinas e não dão sinais de que pretendem impulsionar o desenvolvimento das mesmas.
   O Brasil ainda seguirá com seus projetos de construção de usinas nucleares. O interesse Brasileiro não é primariamente a produção de energia, o objetivo principal nosso, no desenvolvimento nuclear, é o domínio das tecnologia da produção do combustível da energia no setor termonuclear. Aqui está localizado uma das maiores reservas de urânio do mundo e o domínio dessa tecnologia nos garantiria autonomia na produção e possivelmente na exportação do combustível. Como não existem sinais de que a produção de energia nuclear mundial será substituida, é improvável que o Brasil mude seu projetos em relação à mesma.
  
Aqui se encerra o conjunto de artigos sobre a tragédia ocorrida no Japão e a energia nuclear.


Fontes:
[1]http://www.petrobras.com.br/ri/Show.aspx?id_materia=4PGQYDVxrU544HYs+8WYHQ==
[2]http://www.anp.gov.br/
[3]http://www1.folha.uol.com.br/mundo/896478-franca-pede-revisao-mundial-de-usinas-apos-crise-no-japao.shtml

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